O que os anos me ensinaram? #2

DISCIPLINA

Continuando na linha dos relatos, o ano agora é 2015, meu segundo ano de trabalho como professor  e também o segundo ano com a turma que iria se formar naquele período, tendo eu já conhecido um pouco não só do jeito da profissão mas também particularmente o daqueles alunos. Tínhamos uma boa relação e, mais uma vez, a coisa fluía.

No ano anterior, inclusive, havia feito uma atividade de simulação de debate presidencial (acho que todos lembram a loucura que foi aquela eleição) e os alunos que então eram do segundo ano tiveram um desempenho bastante satisfatório. Detalhe curioso: lembro que a representante da Marina Silva estava ainda mais convincente do que a verdadeira – e se você está por aí, agora quatro anos depois, saiba que meu voto teria sido seu.

Mas na simulação de votação, entre os alunos, ganhou o Pastor Everaldo, porque ninguém perde uma zueira. Sendo assim, era uma turma muito inteligente, competente e respeitosa, mas claro que ainda eram adolescentes.

No ano de sua formação, entretanto, que também foi o ano da greve dos professores e da ocupação dos secundaristas, a turma perdeu um pouco do brio e no delineamento dos fatos políticos acabaram cedendo o protagonismo para os segundos anos. Lembro de ter ficado um pouco decepcionado àquele tempo, mas hoje entendo que mais do que apatia e/ou alienação, era apenas a personalidade daqueles alunos, muito mais focados e disciplinados do que a maioria.

Mas para dizer que nem tudo são flores, esse foco todo colocava mais pressão em mim sendo esse ano, sem dúvida, aquele em que mais estudei para preparar as aulas, pois sabia que não podia dar bola fora, ainda mais quando entrava no assunto de guerras e conflitos armados, pois um certo ser humano adorava me interromper para me corrigir sobre o assunto.

Olha a audácia! Mas eu não joguei a toalha.

Nesse ano eu recuperei a paixão em estudar, estabelecendo uma rotina mais rígida de leituras (sempre nas noites de domingo) afim de me atualizar sobre o conteúdo de história do Ensino Médio. Minha formação não era lá essas coisas em atualidades, confesso, já que para um bom USPiano a História acaba no século XIX e olhe lá.

O “resto” é jornalismo.

Com essa turma eu defini as bases do que são hoje meus planos de aula, alguns tópicos baseados no fichamento do livro didático riscados na lousa e uma grande aposta nas aulas expositivas. Foi outra turma que se formou também rápido demais.

Saudades!

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